quarta-feira, 25 de março de 2015

O comunismo e seu pacto de amor pela humanidade

Era uma vez uma garota de 18 anos cursando o primeiro ano de direito na faculdade privada em São Paulo (UNICSUL), organizando "greve" dos estudantes contra as aulas online. Uma menina, lutando legitimamente contra o sucateamento de seu curso, inclusive primeira geração da família a cursar ensino superior.
Essa garota procurou as entidades estudantis, conheceu algumas forças políticas, mas ficou mesmo parada na dos comunistas. Eram jovens dizendo que o mundo podia ser diferente, que existia uma luta a ser construída, que o que ocorria era injusto e fazia parte de um sistema econômico que previa injustiças como as que essa jovem sofria (Tubarões do ensino). Esses jovens conversaram com a moça, a levaram em muitos espaços diferentes, com pessoas tão diferentes quanto, lhe deram muitos livros, deram megafone, sprays,curso de formação,microfone e carro de som. Ah esses jovens comunistas.
Essa moça ficou mesmo balançada, e não entendia porque o mundo todo não era contagiado por tanta solidariedade e verdade. Largou a chapinha, suas roupas de marca, seus sonhos tão pequeno burgueses e escolheu construir a luta do proletariado.Foi atrás e ralou para entender o que eram aqueles termos tão bonitos utilizados pelos quadros em suas falas nas plenárias, "revolução", "avaliação da conjuntura", "racismo", "comunistas", "socialistas" "perspectiva histórica", "machismo"......Só pensava mesmo quando um dia entenderia tudo aquilo, com capacidade de síntese oral e prática cotidiana.
Um dia falaram sobre mundo diferente, depois vieram com um papo de UJS, lutar, Partido Comunista do Brasil. ... Peraí: "o comunismo não acabou no mundo?". Disseram para a moça:"não, não acabou.A luta da esquerda se perfaz enquanto houver opressão do homem sobre o homem". Essa moça quis fazer parte disso, quis mesmo embarcar nesse sonho e dividir solidariamente o sonho e a luta, da mesma maneira em que se repartia o pão na casa da UPES/UEE.
Eu poderia contar sobre essa moça por muitos parágrafos, mas prefiro deixar aqui minha singela homenagem e gratidão a todos àqueles que fizeram ou fazem parte do Partido Comunista do Brasil, essa organização que um dia mudou a minha vida e a de milhares de jovens.Somente o direcionamento das ações do Partido nos trabalhos de base podem proporcionar mudanças tão profundas nas pessoas e por consequência a transformação da sociedade.
Conhecer o PCdo B me proporcionou construir uma trajetória de vida muito mais libertária, cindiu minha trajetória junto a um compromisso coletivo,minha existência se complementando na luta por uma sociedade mais justa e igualitária. O PCdoB me ensinou a assumir meu black, meu direito ao corpo e a lutar contra o patriarcado, minha condição de jovem de direitos, estimulou meu olhar crítico á uma sociedade que se diz justa,me comprovou por A+B que TODA a produção é coletiva e não existe dono de ninguém.
Ser comunista é de fato uma opção testada cotidianamente, é um pacto de amor e solidariedade para com a humanidade.Hoje já não construo o partido, mas não poderia deixar de agradecer a camaradas tão convictos que construíram ou constroem um espaço tão potente para a transformação dessa sociedade.
Obrigada!


quinta-feira, 29 de maio de 2014

Assim como nós

Alguém que não escreve poemas, nem contos, ou qualquer coisa que o valha.
Não sei,não dá para saber,não vivo lá dentro.Só escuto o que querem que o mundo ouça.
Nessa madrugada mais uma vez saí para fumar um cigarro.
Ouvi o que me é permitido escutar e o que não precisa de autorização além do imaginar. 
Por isso ouço, vislumbro.
Por mais uma vez me dirigi à esse nosso novo espaço de estar.Me perguntei cá com meus cigarros, o que faz esse ser que só de música se entorpece?
Te procurei e já não estavas.
Senti falta de sua implicância, com quem não lê, não se entorpece ou não escreve poemas.
Já no filtro refleti.
Não sei nada sobre os hábitos desse espírito que vive de músicas, nem sobre livros e poemas. Apenas ouvi o silêncio que tocava.
E no silêncio sem nossa ranhetice recordei seu murmurar:
"Pretinha, a vida é mais que isso. Veja cá eu com esse tanto de livros(e ácaros)"
Meu lindo, eu já com tantos filtros no cinzeiro e recipientes vazios de álcool, inspirei dentre meu restante de alvéolos e sopro de vida que me batem ao peito e pensei:
"Pretinho,a vida é mais que isso."

terça-feira, 22 de abril de 2014

Legalizando a justiça

Esse ano como em todos os outros participarei da Marcha da maconha de São Paulo, e em tempos de debate é sempre importante relembrar porque raios várias pessoas se manifestam todo ano. Fiz essa reflexão recentemente quando fui ao show do Marcelo D2 no Parque da Juventude em São Paulo, onde estava estabelecido o que costumo chamar de "territórios temporariamente legalizados de SP".Não tinha policiamento militar no parque e pela minha superficial avaliação acredito que se queimou muito mais baseados do que uma marcha da maconha inteira,também não presenciei atos de violência, "vandalismo" ou qualquer uma dessas carnificinas que a imprensa costumeiramente posta em suas capas de jornais.No sábado 26/04 teremos um público muito similar ao show do Marcelo D2 na Paulista, com a diferença que junto à esse público teremos um enorme cordão de policiais militares escoltando toda a lateral da Marcha, com suas Rocans, cães e os bons modos peculiares á corporação mencionada.
Cenários contraditórios dentro de uma mesma cidade, não que a polícia deveria estar no show, alias quanto menos polícia em qualquer lugar da cidade é melhor para garantia da integridade física e psicológica dos cidadãos. Antes que me corrijam faço um parêntese a esse texto informando que quando falo de polícia me refiro á força altamente repressora  e desproporcional do Estado representada na corporação da Polícia Militar. Mas voltando ao tema, gostaria de lembrar que o proibicinismo e a guerra ás drogas nos fazem esbarrar em cenários hipócritas e contraditórios como o descrito acima, e as principais vítimas dessa guerra operada pelo estado na figura da polícia  são todos os cidadãos que se relacionam com as drogas de alguma maneira.
Existem diversas maneiras de olhar essa questão, no geral os usuários de drogas são classificados como doentes, "nóias", dependentes e incapazes de gestar o próprio corpo e vontades, enquanto os traficantes são grandes vilões dessa sociedade de bandidos e mocinhos e por fim temos a polícia bem feitora e combatente ao crime. Algo nessa conta não se fecha neh? Alias diversas coisas dessa conta não se fecham. Primeiramente precisamos entender que nem sempre as drogas foram proibidas ao longo da história da humanidade, logo, se chegamos até aqui no século XXI, com certeza não fomos guiados por um bando de doentes incapazes de gestar a própria vida, inclusive porque a grande empreitada de guerra ás drogas só acontece mesmo no século XX por imposição de países europeus e os EUA ao restante do mundo.
Segundo é importante lembrar que só existe traficante de droga porque tem substância que o Estado não permite produção e circulação e foi combater esse comércio da forma mais violenta possível. No início do século XX quando os EUA proibiram o comércio e uso de álcool naquele país, tivemos o fortalecimento das grandes máfias a la Al Capone, armados e com um refinado esquema de tráfico de álcool, assim como o de drogas ilícitas no Brasil, pois a máfia sempre terá no seu negócio o que for proibido, seja prostituição, seja o tráficos de órgãos, pessoas, drogas..... No entanto, mesmo conscientes da falência das políticas proibicionistas, os países do mundo estabeleceram e sustentam á guerra ás drogas até os dias de hoje.
No Brasil o resultado da guerra ás drogas resulta no encarceramento em massa daqueles que sobrevivem, hoje já são mais de meio milhão de presos como podemos verificar no gráfico abaixo uma super representação de negros (mais de 50%) e 69% cometeram crimes leves e tráfico de drogas.
Inclusive chama atenção no Brasil o fato do tráfico de drogas ter sido incluído no hall de crimes hediondo mesmo não atentando contra a vida, tal classificação dificulta bastante a situação do preso e possíveis progressões de pena para o regime aberto. Se quiser se ressocializar que o faça na selvageria das insalubres cadeias brasileiras.
Além dos grandes problemas que os fornecedores de drogas enfrentarão ao longo de sua carreira, é muito comum associarmos o crime organizado ás regiões mais pobres da cidade, as conhecidas favelas e periferias, locais onde não existem direitos humanos muito menos por parte da polícia. Portanto não é muito difícil de imaginar de onde vem o grosso da população descrita no gráfico acima, mas se isso não ficar tão evidente, podemos conferir esse outro didático gráfico:
O Brasil atrás das grades - Direito Direto

Resumidamente podemos dizer que no Brasil a proibição de algumas drogas serve para encarcerar e matar os mais pobres, monopolizar a ação violenta da polícia que age em nosso nome e ainda por cima colocar a vida dos usuários em um perigo maior do que o próprio uso da substância, por conta da irregular produção das diversas drogas.
No dia 26/04/2014 muitos dos que lutam por um mundo mais livre e justo fortalecerão essa discussão e tomarão á av. Paulista a partir das 14h para reivindicar as liberdades sobre seu próprio corpo, o direito de verificar a qualidade da droga que usam e pedir o fim das violências e arbitrariedades forjadas por conta dessa política  terrorista que mata e encarcera nossa juventude.
Dichavando o debate segue programação da semana pela Legalização da maconha.Nos encontramos por aí.






quinta-feira, 20 de junho de 2013

O porquê das "utopias"

O Movimento Passe Livre preza por apresentar o projeto de lei da tarifa zero por iniciativa popular, a princípio eu não compreendia o porquê dessa “utopia” dentro da minha percepção  conservadora. Observando a movimentação da última semana consegui abrir meus ouvidos e olhos para compreender essa “utopia”. A tarifa zero mexe com o bolso de quem tem poder econômico para influenciar diretamente nas decisões políticas de nossa câmara municipal, para fazer frente a essa parcela confortavelmente instalada no poder político de nossa cidade, só existe uma alternativa, a pressão popular, apenas o povo nas ruas é capaz de impulsionar a aprovação de um projeto que contraria os interesses da elite.
As primeiras manifestações foram com um número menor de pessoas predominantemente estudantes de classe média, mas o poder público deu um tiro no pé, ao acionar suas forças repressoras para violentar a população. Entenda-se por força repressora, a POLÍCIA, sim o porrete que garante a ordem das elites para governar o povo. Assim, o subestimado movimento ganhou forças e apoio da população que até então não dava ouvidos aos meninos, ou de alguns outros milhares como eu, que acreditava na causa, mas já tinha abandonado os sonhos. As forças conservadoras, que apenas cochilam no Brasil, acionaram seu divulgador ideológico midiático e completaram a fórmula levando uma massa despolitizada para as ruas.
Essa movimentação propiciou uma semana de intensos debates políticos, alguns com medo dos jovens perdidos que se incorporaram nas manifestações com pautas incoerentes, outros apavorados com a mídia começaram a culpar o movimento por ser horizontal e não ter lideranças, e o partido da mídia tentou reconduzir o movimento com suas pautas. Os movimentos sociais por sua vez, já espertos com outros golpes, trataram de se reposicionar para pressionar o prefeito e pararam de criticar os “anarquistas” do passe livre e o jeito que se organizam.
O prefeito vacilou, não quis recuar do aumento e ameaçou colocar na conta da gasolina o possível recuo. O governador então, nem disposição ao diálogo demonstrou. Restou à população sair às ruas do seu jeito mesmo, com cerca de 150 mil pessoas em plena segunda feira útil, para dizer que não aceitava ser calada e muito menos ignorada. Dois dias de grande pressão popular, desgaste de imagem pública, instauração do movimento nacionalmente e ameaças à Copa foram o suficiente para a revogação dos aumentos. No entanto, o discurso sobre a redução das tarifas não veio acompanhado dos pedidos de mudança sugeridos pela população, ao contrário veio velado de ameaças à população. Ameaças de corte em outros investimentos.
De fato existe uma conta que não se equaliza no estado burguês, pois existe uma parcela, sendo essa a maior, que é destinada ao lucro das empresas prestadoras de serviços ao estado. Tanto prefeito como governador foram claros ao dizer que precisariam rever os outros investimentos públicos, mas em nenhum momento cogitaram diminuir o lucro dos déspotas do estado que os elegem.
Por hora, comemoraremos a batalha vencida, mas não podemos deixar de notar que esses governantes, tanto Haddad, quanto Alckmin estão comprometidos em manter o status quo do empresariado e atuarão para apagar os incêndios e retomarem a ordem, ora de forma violenta, ora como concedentes de benesses. Mas não nos enganemos, cada centímetro de direito conquistado se dá nas ruas com pressão popular. Inclusive com aqueles que se travestem de esquerda.


sexta-feira, 14 de junho de 2013

Ir as ruas é necessidade de liberdade

   Hoje eu participei da manifestação de milhares de pessoas pela cidade contra o aumento da passagem. A princípio fui me sentindo irresponsável por deixar meu filho de 3 meses em casa sob os cuidados de uma amiga, no entanto fui guiada por um instinto de clamar e proteger todos esses jovens que como eu lutam por um futuro melhor. Acreditei que seria uma manifestação pacífica, mas a POLÍCIA de São Paulo é sempre criativa em nos tramar artimanhas.
  Quando o cordão da manifestação chegou à esquina da Maria Antônia com a Consolação, a POLÍCIA reprimiu os manifestantes com bombas de gás e tiros. Nesse momento todo mundo começou a dispersar e correr para todos os lados. Eu grudei na mão do meu companheiro e corremos para todos os lados, e só podíamos ouvir estouros. Corri para encontrar algumas velhas amigas de militância, ficamos acuadas dentro de um bar na Frei Caneca.
   Não contei minha história porque acho mais importante do que as outras, e sim porque fiquei seriamente preocupada quanto aos rumos que estamos tomando. A polícia barbarizou com milhares de jovens que só queriam seguir com sua manifestação. Prendeu indiscriminadamente qualquer cidadão que se aventurou passar pela sua frente. Gozaram sob seu irracional e AUTORIZADO poder. E é justamente sobre isso que quero falar.
    Existem responsáveis pela POLÍCIA MILITAR, bem como responsáveis pela cidade e pelo estado. Existe também quem elege esses responsáveis que mandam, e eram exatamente esses responsáveis por esse voto que estavam na rua protestando. Os que mandam na POLÍCIA que podiam impedir a barbárie se ausentaram de sua responsabilidade e assumiram a corresponsabilidade pelo vandalismo cometido. Isso mesmo o governo municipal e estadual, que foram legitimamente eleitos não impediram a ação covarde da polícia contra os manifestantes que os elegeram democraticamente.
   Não digo isso porque sou anarquista, baderneira ou descrente da democracia, pelo contrário, voto porque acredito ser esse um dos mecanismos da democracia. No entanto percebo um grande desrespeito pela parte daqueles que ajudei a eleger. Digo com isso que o HADADD é muito responsável pelo ocorrido de hoje ao não se posicionar anteriormente contra as ações da PM, já quanto ao ALCKMIN picolé de chuchu não poderia esperar algo diferente. Digo isso porque os burocratas de plantão não foram ao ato proteger seus meninos/eleitores. Digo isso porque vi no dia de hoje uma juventude sedenta por transformação e entregue de bandeja aos vândalos da PM. Foi uma tremenda armadilha.
   E o que resta? Uma juventude cada vez mais descrente de seus representantes, com uma sensação de traída pela propaganda da democracia. Esses moços são filhos dos milhares de paulistanos que votaram em um projeto maior de transformação e acabaram sofrendo com a mesma repressão de seus pais. É responsabilidade de cada velho trabalhador ir ás ruas defender seus filhos, é necessário a qualquer um que acredita em liberdade.
  Voltando ao relato pessoal, senti muito orgulho do meu velho pai me ligar, me dar uma bronca perguntando do neto e dizer que está cogitando ir ao próximo ato. Quanto ao povo que está lá em Paris tomando champagne, apresento minhas sinceras decepções e guardo meus piores desejos.
            

quarta-feira, 12 de junho de 2013

A revolta não custa 0,20 centavos

Muito têm se falado sobra a manifestações contra o aumento das passagens de ônibus, metrô e trens na cidade de São Paulo. Muitos dados importantes, muito apoio e muitas críticas. Por um lado a prefeitura argumenta que fez um ajuste abaixo da inflação e que esse aumento prejudicaria menos os trabalhadores e o restante da população. Será mesmo que o trabalhador não é prejudicado?
O trabalhador formal custeia seu vale transporte contribuindo com 6% do seu salário, então pagará um pouco a mais. No entanto, esse vale transporte serve apenas para a ida e a volta do trajeto casa trabalho, não cobre outras locomoções dentro da cidade. Em 2012 a renda média do brasileiro ficou em R$ 1345,00 reais, 6% desse valor equivale á R$ 80,70.Mas se esse trabalhador quiser participar da cidade aos finais de semana, utilizando ônibus e metrô gastará por dia minimamente R$ 10,00, se fizer isso todos os sábados e domingos do mês serão R$ 80,00.Ou seja, o trabalhador gasta pelo menos  11,8% com transporte público.
Mas vamos supor que esse trabalhador por acaso estude á noite, ou que tenha pelo menos um filho em idade escolar, são 20 dias de aulas por mês. Se no percurso for utilizado apenas ônibus na modalidade meia passagem de estudante, serão gastos R$ 64,00, se metrô e ônibus R$ 138,00. Então os 11,8%, se tornam 16,6% ou 22,1% respectivamente.
OIIIIIIIII? Isso mesmo, 22% do salário apenas para se locomover pela cidade, com o restante é preciso comer, vestir-se, estudar, cuidar da saúde, namorar, enfim viver. É importante lembrar que essa conta foi feita sob o teto máximo da renda média, existe também a renda dos mais pobres, que em 2012 ficou em R$ 186,00. Bem, se fizermos a conta perceberemos que os mais pobres não conseguem participar da cidade com esse preço de transporte, a não ser esporadicamente, ou caso escolham andar pela cidade talvez não possam comer por exemplo. Evidente que essa situação é apenas hipotética, pois na batalha cotidiana, é possível flagrar inumeráveis mazelas que não dou conta de contar.
Só fiz essa conta porque estou ouvindo muitas babaquices sobre as manifestações, talvez as pessoas estejam ocupadas demais para perceberem o quanto pagam para serem violentadas cotidianamente nos metrôs e ônibus. Leio coisas do tipo de que as passeatas são apenas por 0,20 centavos, que os trabalhadores não são prejudicados ou que ainda os “desocupados” dos estudantes estão pensando no próprio umbigo. Isso são bravatas e mentiras de quem quer desarticular a luta popular. Esses jovens estão sim preocupados com suas vidas, com a vida de seus pais trabalhadores, e com a vida de pessoas que muitas vezes nem conseguem chegar até o centro da cidade para juntar-se às manifestações. São embalados pelos sentimentos mais nobres, bem como pelas suas preocupações ao perceberem suas possibilidades sendo minadas  por uma cidade excludente como São Paulo.
Quanto à polícia, o que esperar? A polícia desce o cacete, para proteger seus governantes que não querem sentar e fazer uma conta nova na distribuição dos recursos. Esses governantes optam por cotidianamente violentar a população com o transporte público caro e precário, pois assim conseguem fechar suas contas de campanha com as doações das empresas de transporte. Esses governantes criam novas leis para calar a população, acobertam prisões arbitrárias e autorizam o massacre promovido pela Tropa de Choque. Depois dão declarações alegando que não negociam com “vândalos”. Exemplo de uma tremenda covardia, culpar o movimento por meia dúzia de atos individuais.
          O passe livre é uma bandeira histórica dos movimentos da juventude brasileira.A revolta do momento não é só pela passagem, é o reflexo de uma galera que cada vez tem menos acesso à cidade, seja porque é cara, seja porque é reprimida. A galera tá cansada dessa polícia que só bate, bate e mata à paisana na “quebrada”. A juventude quer viver livre e com dignidade para construir com liberdade outros sonhos.

PS1: Dedico esse post à todos os meus amigos e amigas que estão na ruas brigando por uma sociedade mais justa. Com eles aprendi sobre fraternidade,justiça e também a sonhar.

PS2:Ontem a minha irmã saiu do seu trabalho no Jardim Europa (zona Sul) e chegou até a Penha(zona Leste) no mesmo horário de sempre. Isso aconteceu porque ela não ficou presa no trânsito dentro de seu automóvel, como milhões de paulistanos ela foi esmagada na linha vermelha do metrô até sua casa.


Essa é a violência que o governo do estado de São Paulo comete com a população


Essa é a galera que não tolera mais a violência acima


sábado, 28 de abril de 2012

Já fui puta, bruxa, vadia, promíscua
Cortesã, sem dote e não cristã
Adultera, a causadora de todo o mal e pecado do mundo
Eva e Cleópatra, Mãe de Deus e até conciliadora nas horas ruins
Impura, sem honra, sem modos e até digna de lapidação
Não pude votar, dispor do meu corpo, meu intelecto e quiçá de meu útero
Fui da Penha, como outras Marias, estatística e assustadora
Feminista e o que mais nomearem, só nunca vi mesmo o termo
Femicídio para bárbaros atos masculinos