Era uma vez uma garota de 18 anos cursando
o primeiro ano de direito na faculdade privada em São Paulo (UNICSUL),
organizando "greve" dos estudantes contra as aulas online. Uma
menina, lutando legitimamente contra o sucateamento de seu curso, inclusive primeira
geração da família a cursar ensino superior.
Essa garota procurou as entidades
estudantis, conheceu algumas forças políticas, mas ficou mesmo parada na dos
comunistas. Eram jovens dizendo que o mundo podia ser diferente, que existia
uma luta a ser construída, que o que ocorria era injusto e fazia parte de um
sistema econômico que previa injustiças como as que essa jovem sofria (Tubarões
do ensino). Esses jovens conversaram com a moça, a levaram em muitos espaços
diferentes, com pessoas tão diferentes quanto, lhe deram muitos livros, deram
megafone, sprays,curso de formação,microfone e carro de som. Ah esses jovens
comunistas.
Essa moça ficou mesmo balançada, e não
entendia porque o mundo todo não era contagiado por tanta solidariedade e
verdade. Largou a chapinha, suas roupas de marca, seus sonhos tão pequeno
burgueses e escolheu construir a luta do proletariado.Foi atrás e ralou para
entender o que eram aqueles termos tão bonitos utilizados pelos quadros em suas
falas nas plenárias, "revolução", "avaliação da
conjuntura", "racismo", "comunistas",
"socialistas" "perspectiva histórica",
"machismo"......Só pensava mesmo quando um dia entenderia tudo
aquilo, com capacidade de síntese oral e prática cotidiana.
Um dia falaram sobre mundo diferente,
depois vieram com um papo de UJS, lutar, Partido Comunista do Brasil. ...
Peraí: "o comunismo não acabou no mundo?". Disseram para a
moça:"não, não acabou.A luta da esquerda se perfaz enquanto houver
opressão do homem sobre o homem". Essa moça quis fazer parte disso, quis
mesmo embarcar nesse sonho e dividir solidariamente o sonho e a luta, da mesma
maneira em que se repartia o pão na casa da UPES/UEE.
Eu poderia contar sobre essa moça por
muitos parágrafos, mas prefiro deixar aqui minha singela homenagem e gratidão a
todos àqueles que fizeram ou fazem parte do Partido Comunista do Brasil, essa
organização que um dia mudou a minha vida e a de milhares de jovens.Somente o
direcionamento das ações do Partido nos trabalhos de base podem proporcionar
mudanças tão profundas nas pessoas e por consequência a transformação da
sociedade.
Conhecer o PCdo B me proporcionou
construir uma trajetória de vida muito mais libertária, cindiu minha trajetória
junto a um compromisso coletivo,minha existência se complementando na
luta por uma sociedade mais justa e igualitária. O PCdoB me ensinou a assumir
meu black, meu direito ao corpo e a lutar contra o patriarcado, minha condição
de jovem de direitos, estimulou meu olhar crítico á uma sociedade que se diz
justa,me comprovou por A+B que TODA a produção é coletiva e não existe dono de
ninguém.
Ser comunista é de fato uma opção testada
cotidianamente, é um pacto de amor e solidariedade para com a humanidade.Hoje
já não construo o partido, mas não poderia deixar de agradecer a camaradas tão
convictos que construíram ou constroem um espaço tão potente para a
transformação dessa sociedade.
Obrigada!