domingo, 17 de julho de 2011

Um dia todo

O sol até brilha, em um fio de luz que briga por uma fresta de sua cortina na janela do quarto.Mas não me anima a me desenroscar do seu corpo, soltar seu pescoço ou não procurar seus lábios. Não me anima a idéia de tirar nossos corpos debaixo do pesado edredom para sentir o frio vento dessa estação.
Não me empolga em levantar da cama e buscar mais uma garrafa de água nem sua coca cola no mercado, por mais que nossas gargantas peçam, insistindo em trazer a memória momentos da noite anterior.
As horas passam no relógio digital do celular, e a ausência de tic tacs em sua casa, me privam da tortura desse barulho que me faz sair reclamando cedo disposta a enfrentar a vida.
Entre um cigarro e outro permitimos aos nossos corpos descobrir novas formas de enlaçamento. Mais um cochilo, uma troca de afagos, fios de cabelo que se conversam enquanto nossos lábios exploram nossos ombros, pescoço, barbas, membros e todo o restante que se coloca ao apreço.
Muitas vezes a claridade se despede sem se fazer notar, assim como não se intimidou ao chegar pela manhã, com muito menos cerimônias se vai. É a nossa testemunha mais discreta e muda, tão silenciosa quanto a forma que nossos olhos se penetram e conduz nossos corpos para baixo do edredom novamente.

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