A minha manhã não começou muito melhor porque saí da cama mais tarde, fiz o meu ritual de solidão cotidiano, já fumei uns 4 cigarros, li alguns blogs e ouvi algumas músicas que eu mesma escolhi e compartilhei algumas opiniões na rede. Mas aí pensei, quantos dias da nossa vida, mesmo quando moramos com alguém fazemos sexo matinal? ou quantas vezes fazemos sexo mesmo? E refletindo mais um pouco pensei se não seria só o fato de ser sozinho um problema, não só o sexo. E pensando mais um pouco também pensei se ter alguém sempre é tão necessário para a vida, afinal, a nossa solidão é tão aconchegante e companheira. A solidão é tão companheira porque mesmo invisível, sabemos que estamos com ela, pois estar com ela é na verdade estar só conosco, e estar só é poder ter suas manias, vontades, pensamentos e desejos velados por apenas uma única testemunha que é a muda solidão.
Transformamos a solidão em uma personagem, a ponto de acharmos que temos um testemunha de nossos atos, quando na verdade ela só está ali para nos colocar de frente com nós mesmos.
Então independente de acordar mais cedo ou mais tarde no inverno, estar sozinha ou não, fumar meu cigarros sagrado da manhã, ou escolher a música que vou ouvir , quero que as minhas manhãs sejam como domingos de sol, e não me importa se a primeira música que vou ouvir será o funk do menino mal educado que resolveu usar o celular alto no metrô, nada disso me interessa. O que importa mesmo é ver o sol no céu que não está, como uma criança que acorda todos os dias cedo na praia para saber se fará sol, por mais que esteja frio, essa criança esperará feliz e impacientemente pelo sol a cada manhã, assim como esperamos por coisas boas todos os dias.
Então me pergunto, porque quando crescemos é tão diferente? A diferença seria porque não vai mais aparecer nenhum adulto para nos levar a praia? É porque não podemos mais espernear e botar a culpa no adulto e dizer que ele que não quer ir a praia? A a praia está aí, assim como a vida, mas agora podemos ir por nós mesmos. Isso é o díficil.
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